segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Surpresa

Roberta estava ansiosa pela noite. Conhecera leonardo há alguns meses, depois de muitos acontecimentos ruins como a morte da mãe e o vício do pai.


Depois de ter passado um cansativo, esdrúxulo e totalmente destrutivo dia de domingo, entrou na internet e notou que recebeu um e-mail dizendo:


"Olá, querida? Tudo bem com você?
Tenho uma surpresa para essa noite. Venha até minha casa, esteja linda e perfumada.
Abraços,

Leonardo."

Já fazia algum tempo que não ganhava surpresas e estava muito impolgada e curiosa com tal fato e a dedicação sublime com o qual deve ter sido feito, afinal, Roberta gostava muito de Leonardo que, embora não sendo seu namorado, tinha um espécie de "amizade colorida" a ser regada.

Arrumou-se, perfumou-se.

Mais tarde se via batendo na porta da casa de Leonardo, fazendo esforço para conter toda a impolgação: ele lhe pediria em casamento? lhe daria um anel de compromisso? lhe apresentaria aos pais?


Ele abriu a porta, com lindos olhos brilhantes. Ela entrou. Havia uma mesa colorida, com duas taças e uma garrafa de vinho. Ela havia notado o belo jantar na mesa: macarrão à bolonhesa com um leve toque verde, de certo das ervas. Leonardo abriu a garrafa. Serviram-se, ela bebeu.

Sentiu estranho gosto doce e rasgante passar pela sua língua e garganta. Um gemido. Um aperto no peito. Traquéia seca.Falta de ar. Sufocamento. Arrastou o lençol da mesa, ergueu uma das mãos para o nada e, por alguns segundos, sentiu o corpo amolecer, viu a sala nublada, as cortinas beges e rosto que ela tanto guardara...


Uma bela surpresa.


De um lado o jantar.
De outro o veneno.

E dizem até hoje que Leonardo, Robson, Cassio, ou seja lá que nome ele use, ainda guarda aquele pacote de Belladonna, esperando outra dama que goste de apreciar um bom vinho em sua companhia. Afinal, que surpresa poderá ser mais bela e requintada senão o último respirar de encontro à morte?


segunda-feira, 11 de abril de 2011





"
Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.
E quem ama o máximo, sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma - encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo? No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la
."

Quando eu visito esse blog e leio essa frase, vejo o quanto cresci. O quanto se sofre ou se aprende...
Todas as vivências, as cartas escritas e queimadas, a devoção e o amor partido, tudo tão difícil, triste e sem sentido. Quantas crateras, vazios e limites...

Eu me sinto como aquela criança,na primeira série, fazendo a experiência do feijão... primeiro a semente no algodão, a água e alguns dias depois o broto...e quando a planta está linda,ela parece não precisar de mais nada e morre. Eis o mistério entre a vida e a morte, o passado e o presente... o amanhã.

Lendo o meu passado, eu vejo as situações que passei, os momentos que vivi e os que sempre quis viver, senti cada palavra gravar em mim, como uma arte entalhada em madeira. E pela primeira vez, eu agradeço por ter passado tudo isso, em um ato masoquista mas puro e sincero.

Se ao menos uma dessas vezes eu tivesse desviado do caminho, eu não seria quem sou, ou estaria onde estou. As coisas não mudariam, ficariam inertes.

Ao longo desse tempo, ser escrever, sem postar, sem falar e "sumir", eu posso, pela primeira vez dizer: EU ESTOU FELIZ"... resumindo: " le bonheur de vivre, d'aimer".

Eu fiz tudo certo para as pessoas erradas, e aprendi com isso. Hoje eu não sei quem é o certo, eu não sei se é o certo, mas eu amo infinito, a paz, a calmaria que vem contigo. Nesse teu sorriso moleque, nas tuas piadas sem graça, nas tuas discussões inteligentes, teus cabelos bagunçados e os teus olhos da cor do céu. Eu friso isso, o infinito mar dos teus olhos azuis, onde eu me perco e mergulho sem limites.Tu não sabes o quanto eu te amo, e como vale a pena te amar... de todo o carinho e amor que eu tenho por ti, e a felicidade complementar que tu me trás. Aprendi a ser feliz sozinha e não depender de ti pra sempre, me marcou, está tatuado em mim. E tendo a liberdade de cada um, nós fazemos um vida simples, sem apoios no outro, porque a volta é sempre de coração, é por vontade e não obrigação.

O que eu sinto por ti não se move, não se mede,não se limita. Obrigada, do fundo do meu coração, por esses 3 meses e meio mais incríveis do mundo, por essa eternidade tão particular, simples e maravilhosa que tu me traz...e principalmente a paz, a alegria e prazer da tua companhia. Obrigada por ser o meu namorado e grande amor. Te amo, Lorran. Pra sempre.



OBS.: No meu infinito particular o tempo estagna e corre rápido, assim como vento em temporal no verão... um pouco de choro, de risos e felicidade contínua. Esse texto, é pra ti, amor, que não sabe da existência da página, dos poucos textos. Aqui é o único registro que eu sei que não é tocado,mas é eterno, e por isso dedico eles à ti,como tudo o que fui e o que sou.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Do desencanto



Hoje vi a palidez do dia. Saí do trabalho sem ânimo e muito cansada, apressada, o que é natural em uma sexta-feira, principalmente quando se passa a semana inteira em função de estudo, emprego e o que julgamos por "vida pessoal". E pra ajudar, o metrô lotado!


O único lugar que sobra é a porta! Da estação Farrapos à São Pedro, o céu é nublado, cai a chuva forte, a porta de metal, rostos gelados, armazéns antigos com pássaros e um passageiro batendo com a ponta dos dedos na parede...Cena de filme, mas sem protoganista, apenas com figurantes.



Cada qual se exibindo aos outros, como se fossem o centro total do Universo, esbanjando cores e sorrisos frustrados. Individualistas, sem pudores, cheios de máscaras.


Sabendo do tempo em atraso, lembro sábados, cores, cheiros , encantos em cada canto... Em pensar que estes que estes deveriam tão bons e contínuos, se mostraram os meus piores desencantos.





Do desencanto




"Um dia amargurado, é forçar um sorriso frustrado, onde não há sol que ilumina...


É como um grito interno que se faz calar...Uma dor que chora, sem lágrimas pra rolar.


É saber que se tinha tudo, e por ter, recusar. Ver que o que faz bem, também pode machucar.


Deixar escapar a presença, e se invadir da insanidade...


fechar os olhos pro mundo, e ter que se contentar com a amizade...



É lembrar de nós dois, e tentar não sentir saudades..."





É complicado, as vezes as pessoas só querem fazer as outras felizes. Eu teria te amado pra sempre.








quinta-feira, 24 de setembro de 2009



Cansei-me de pensar que a vida é bela. Que tudo se resolve e que o mundo é bonito.
Dei adeus as festas bacanas, a tudo que me desagrada, ou que é excessivo. Cansei de cenas que envolvam apologias a morte,embora minha alma não tenha cor e vida, tão cheia de renúncias... Aquele beijo que não foi roubado, aquela vida que não marquei , um despertar que é por segundos, uma cena que apenas sonhei e um amor que nunca existiu.
Eu estou vazia, tão oca por dentro .Meu sentimento é oras intenso e superficial, e tão desleixado a ponto com que por momentos eu não sinta nada.
É cansar, tentar, desistir e cansar mais uma vez... um ciclo sem fim, nessa vida, tão sem sentido.


Prazer, eu sou assim. Certa e contraditória, e como sempre digo, nada mais do que um pequeno grão de areia na imensidão do universo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ao som do último Blues...

Olá amigo,

Por maior que tivesse sido meu sentimento, renego as estrofes que tu dizias cantar pra mim.

O embalar da sua dor não é mais necessário, e eu não quero ser mais um dos seus versos solitários.

Então, que esse beijo seja

O ultimo acorde do nosso blues...

Ah querido, eu esqueci... Não houve mais melodia, nem mesmo a voz tremula,

Agora você vai embora, e eu estou satisfeita

O ultimo acorde do nosso blues...

As luzes apagaram, a copa está fechada...

Há tequila na mesa e cigarros na calçada...

Só há o meu violão sem cordas, e minha voz rouca sem timbre.

No último acorde de nosso blues...
Ao som do último blues.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009









Abra a porta, meu amigo! Hoje eu quero beber.

Absinto na mesa, por gentileza. Eu sou uma mulher com encantos que você não conhece.

Ah sim, minhas pernas são belas, não?

Você quer tocá-las agora? Ou fazer cerimônias e jogos pra me prender?

Poderia ao menos ter elogiado a roupa, por menor que ela seja.

Eu sou louca, talvez. É isso o que você quer afinal, só um corpo.

Eu não sou assim, mais um drink, querido!

Eu entendo a malícia dos homens, e ela não me é tão útil.

Pronto, acabou? Está contente? Eu não.

Adeus, pra sempre.





Onde está a beleza disso? me mostre, por favor.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Me encontre. Tudo o que eu preciso é Amor.



Aprecio a beleza dos detalhes. A beleza dos gestos. Já percebeu que algumas flores desabrocham no inverno?


Você já saiu do seu quarto escuro e viu os raios de sol no orvalho da manhã?


Me dei ao luxo de ver cada planta que se esconde nas paredes da casa, contar cada formiga que subia na árvore, em seu esforço diário juntando o alimento. Vi as árvores pouco secas, aguardando a chegada primavera para nos fornecer seus frutos. Observei as pessoas, sorridentes e receptivas a toda atenção que lhes convinha.Permiti olhar para dentro da minha alma, por mais uma vez.


Olhei com atenção e vi que o mundo não parou para que eu curasse as feridas do passado. Já se passaram dois invernos desde então, eu estou aqui, como a natureza, tentando ativar mais um ciclo de existência.


Minha vida é linda e com esforço consigo as minhas coisas, mas mesmo assim não é suficiente.


Nada preenche esse vazio, essa falta. O amor, ou precisamente a falta dele, me corrói... Não quero qualquer pessoa na minha cama, nem lençóis amarrotados. Não é válido dormir uma noite sem sonhos, se isso é amor, fácil e superficial, não quero vivê-lo.


Eu quero a pessoa que olhe nos meus olhos, só que olhe nos meus olhos e enxergue os seus próprios dentro deles. O ritmo das batidas do coração devem ser cheios de vida e que a pureza da companhia se faça constante . Que eu possa dormir ou fazer amor a noite inteira, e ainda assim ter a inspiração para acordar cedo e vê-lo dormindo nos meus braços e que ele entenda que "Eu te amo" só é pronunciado quando temos certeza disso.


Eu só quero alguém que me ame pelos meus erros e defeitos e eu com certeza o amarei pelos mesmos motivos.




Ah, esse amor... que insiste em fugir dos meus sonhos e atormenta a minha realidade... Eu espero te encontrar um dia e dizer o quanto me faz falta.




30.07.2009- 01:33